Canadá

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Ocupando a parte setentrional do continente norte-americano, o Canadá tem 9.970.610 km2 de extensão territorial, o que o torna o segundo maior país do mundo depois da Rússia. De leste a oeste, o Canadá possui seis fusos horários. Ao sul, o Canadá divide uma fronteira de 8.892 km com os Estados Unidos. Ao norte, as ilhas árticas ficam a 800 km do Pólo Norte.

Devido ao severo clima do norte, somente 12% da terra são apropriados à agricultura. Assim, a maior parte da população de 31,7 milhões de habitantes vive dentro de umas poucas centenas de quilómetros da fronteira meridional, onde o clima é mais ameno, numa longa faixa estreita que se estende entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

A capital do Canadá é Ottawa e as principais cidades do país são, por ordem de grandeza, Toronto (Ontario), Montreal (Quebeque), Vancouver (Colúmbia Britânica) e Calgary(Alberta).

O Canadá é composto por dez províncias e três territórios: Alberta (Edmonton); Colúmbia Britânica (Vitória); Ilha do Príncipe Eduardo (Charlottetown); Manitoba (Winnipeg); Novo Brunswick (Fredericton); Nova Escócia (Halifax); Ontário (Toronto); Quebeque (Cidade de Quebeque); Saskatchewan (Regina); Terra Nova e Labrador (St. Jonh’s); Territórios do Noroeste (Yellowknife); Yukon (Whitehorse); Nunavut (Iqaluit).

O governo canadiano mantém 38 parques nacionais, os quais cobrem em torno de 2% da extensão territorial do país. Aberto em 1885 e localizado nos declives orientais das Montanhas Rochosas de Alberta, Banff é o mais antigo dos parques. O Rio São Lourenço, com 3.058 km de extensão, é o rio mais importante do Canadá, proporcionando uma rota marítima para os navios que saem dos Grandes Lagos em direcção ao Oceano Atlântico. O maior rio do Canadá é o Mackenzie, correndo por 4.241 km, através dos Territórios do Noroeste. Outros rios importantes são o Yukon, Nelson, Colúmbia (que em alguns dos seus trechos também corre pelo território americano), Saskatchewan, Peace e Churchill.

Os povos nativos representam 3,31% da população, sendo uma larga maioria composta por Índios Norte-americanos e apenas 6% Inuits (antes chamados de Esquimós).

O Canadá tem duas línguas oficiais: o inglês, mais predominante, e o francês, para além de muitas outras línguas faladas por inúmeras comunidades de emigrantes que desde sempre povoaram o país.

O Canadá é dividido em sete regiões, cada uma com um clima e paisagem diferentes:

  1. A Costa do Pacífico: Banhada pelas correntes quentes e húmidas do Pacífico, a costa da Colúmbia Britânica, entalhada por grandes fiordes e protegida das tempestades do Pacífico pela Ilha de Vancouver, tem o clima mais moderado das regiões do Canadá.
  2. A Cordilheira: As Montanhas Rochosas, a Cadeia da Costa e outras cadeias de montanhas que vão de norte a sul, representam grandes problemas de engenharia para os construtores da ferrovias e rodovias transcontinentais. Os picos mais altos do Canadá, entretanto, não se encontram nas Rochosas, mas nas Montanhas St. Elias, uma extensão da cordilheira que se estende em direcção ao norte, através de Yukon e Alasca. O ponto mais alto do Canadá é o Monte Logan (6050 m).
  3. As Pradarias: Percorrer as Pradarias é ver campos infinitos de trigo e canola sob um céu que parece não ter mais fim. As planícies de Alberta, Saskatchewan e Manitoba estão entre as mais ricas regiões produtoras de grãos do mundo.
  4. O Escudo Canadiano: O enorme mar interno chamado de Baía de Hudson estende-se pelo coração do Canadá e em torno dessa baía encontra-se uma região rochosa, chamada de Escudo canadiano. Sendo o maior traço geográfico canadiano, o Escudo estende-se a leste até Terra Nova e Labrador; ao sul até Kingston, no Lago Ontário e a noroeste por todo o Oceano Ártico.
  5. Os Grandes Lagos: O sul das províncias de Quebeque e Ontário, o coração industrial do Canadá, possui as duas maiores cidades do país – Montreal e Toronto. Nesta pequena região, vivem 50% dos canadianos e 70% dos produtos manufacturados são produzidos lá.
  6. As províncias do Atlântico – Os Apalaches: Novo Brunswick, Nova Escócia, a Ilha do Príncipe Eduardo e Terra Nova são as menores províncias canadianos e foram as primeiras áreas colonizadas pelos europeus. As províncias do Atlântico são uma extensão dos Apalaches, uma antiga cadeia montanhosa. A maior parte da região é constituída de colinas e planaltos escarpados e de um litoral profundamente recortado. A agricultura floresce nos férteis vales, tais como o Vale do Rio St. John, Novo Brunswick e o Vale de Anápolis, na Nova Escócia.

7. O Ártico: Ao norte da floresta está uma terra de beleza selvagem. Durante o curto verão, quando a luz do sol brilha quase continuamente e uma abundância de flores desabrocham na tundra, as temperaturas podem atingir os 30°C. Entretanto, o inverno é longo, gelado, escuro e cruel.

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História

Acredita-se que os aborígenes tenham chegado da Ásia há 30.000 anos por uma faixa de terra entre a Sibéria e o Alasca. Alguns ficaram no Canadá, enquanto outros continuaram sua marcha em direcção ao sul. Quando os exploradores europeus chegaram, o Canadá era povoado por uma série de povos aborígenes que, dependendo do meio ambiente, viviam de maneira nómada ou assentavam e construíam um estilo de vida e dedicavam-se à caça, pesca ou ao cultivo da terra. O primeiro contacto entre os nativos e europeus provavelmente ocorreu há cerca de 1000 anos, quando os Vikings da Islândia fixaram-se por pouco tempo na Ilha de Terra Nova. Mas só depois de outros 600 anos a exploração europeia efectivamente se iniciou.

Na procura de um novo caminho para os ricos mercados do oriente, os exploradores franceses e ingleses navegavam pelas águas da América do Norte. Construíram vários postos – os franceses ficavam, na sua maioria, nas margens do Rio São Lourenço, Grandes Lagos e Rio Mississipi. Os ingleses, por sua vez, ficavam em torno da Baía de Hudson e na costa atlântica. Embora exploradores como Cabot, Cartier e Champlain jamais tenham encontrado o caminho para a China e para a Índia, encontraram algo tão valioso quanto o que procuravam: ricas águas piscosas e abundantes populações de castores, raposas e ursos, todos valiosos por sua pele. A colonização permanente dos franceses e ingleses começou no limiar dos anos 1600 e cresceu durante todo o século. Junto com os povoados veio a actividade económica, mas as colónias de Nova França e Nova Inglaterra permaneciam economicamente dependentes do comércio de peles e política e militarmente dependentes de suas metrópoles.

Inevitavelmente, a América do Norte tornou-se o foco de amargas rivalidades entre a Inglaterra e a França. Após a queda da Cidade de Quebeque, em 1759, o Tratado de Paris concedeu à Inglaterra todo o território francês a leste do Mississipi, com excepção das ilhas de St.Pierre e Miquelon, próximas à Ilha de Terra Nova. Sob o governo inglês, os 65.000 habitantes de língua francesa do Canadá tinham um único objectivo: guardar suas tradições, língua e cultura. Em 1774, a Grã-Bretanha aprovou o Acto de Quebeque, que reconhecia oficialmente os direitos civis franceses e garantia liberdade religiosa e linguística.

Um grande número de colonos de língua inglesa, chamados Legalistas porque queriam manter-se fiéis à Coroa Britânica, procurou refúgio no Canadá, depois da independência dos Estados Unidos da América em 1776. Estabeleceram-se principalmente nas colónias de Nova Escócia e Novo Brunswick e nas margens dos Grandes Lagos. O aumento da população levou à criação, em 1791, do Alto e Baixo Canadá, hoje Ontário e Quebeque, respectivamente. Ambos foram autorizados a ter as suas próprias instituições governamentais representativas. As rebeliões no Alto e Baixo Canadá, em 1837 e 1838, levaram os ingleses a reunir as duas colónias, formando assim o Província do Canadá. Em 1848, a colónia unida foi autorizada a ter um governo autónomo, excepto no que se referia às questões de relações externas. O Canadá ganhava maior autonomia, mas continuava sendo parte do Império Britânico.

As colónias britânicas norte-americanas, Canadá, Nova Escócia, Novo Brunswick, Ilha do Príncipe Eduardo e Terra Nova, cresceram e prosperaram independentemente. Mas, com a ascensão dos Estados Unidos, agora mais poderosos com o fim da Guerra Civil, alguns políticos acharam que a união das colónias inglesas era o único modo de afastar eventuais possibilidades de anexação. Em Julho de 1867, o Canadá Leste e o Canadá Oeste, a Nova Escócia e a Novo Brunswick uniram-se sob os termos do Acto da América do Norte Britânica e tornaram-se o Domínio do Canadá. O governo do novo país baseava-se no sistema parlamentarista britânico, com um governador geral (representante da Coroa) e um Parlamento que consistia da Câmara dos Comuns e do Senado. O Parlamento recebia o poder de legislar sobre assuntos de interesse nacional (impostos e defesa nacional, por exemplo), enquanto que às províncias eram outorgados poderes sobre assuntos de interesse local (propriedade, direitos civis, educação).

Logo após a Confederação, o Canadá começou a expandir-se para o noroeste. A Terra de Rupert, uma área que se estendia pelo sul e oeste, por centenas de quilómetros a partir da Baía de Hudson, foi comprada pelo Canadá à Companhia da Baía de Hudson, que havia ganho o vasto território do Rei Carlos da Inglaterra, em 1670. A expansão para o oeste não se deu sem dificuldades. Em 1869, Louis Riel liderou uma insurreição dos Métis na tentativa de defender os seus direitos ancestrais pela terra. Chegou-se a um consenso em 1870 e uma nova província, Manitoba, foi delineada a partir da Terra de Rupert.

A Colúmbia Britânica, colónia da Coroa desde 1858, decidiu juntar-se ao Domínio em 1871, com a promessa de uma ferrovia que a ligasse ao resto do país. Em 1873, foi a vez da Ilha do Príncipe Eduardo. Em 1898, o território de Yukon, ao norte, foi oficialmente estabelecido a fim de assegurar a jurisdição canadiana sobre a área durante a corrida ao ouro de Klondike. Em 1905, duas novas províncias formaram-se a partir da Terra de Rupert: Alberta e Saskatchewan. O que sobrou tornou-se os Territórios do Noroeste. Terra Nova preferiu continuar como colónia inglesa até 1949, quando se tornou a décima província do Canadá.

A criação de novas províncias coincidiu com um aumento na imigração do Canadá, em especial para o oeste e atingiu o seu pico em 1913, com 400.000 pessoas vindo para o Canadá. Durante o período pré-guerra, o Canadá lucrou com a próspera economia mundial e estabeleceu-se como uma potência industrial e agrícola.

A contribuição substancial do Canadá durante a Primeira Guerra Mundial fez com que recebesse uma representação distinta da Grã-Bretanha na Liga das Nações, após a guerra. A sua voz independente tornou-se cada vez mais articulada e, em 1931, a autonomia constitucional do Canadá foi confirmada com a aprovação do Estatuto de Westminster.

No Canadá, como em qualquer outro lugar, as consequências da Grande Depressão de 1929 trouxeram tempos difíceis. Um em cada quatro trabalhadores estava desempregado e as províncias de Alberta, Saskatchewan e Manitoba estavam arrasadas pela seca. Ironicamente, foi a necessidade de servir às Forças Aliadas, durante a Segunda Guerra, que fez o Canadá sair da Depressão. O país emergiu da guerra como a quarta maior potência industrial.

Desde a Segunda Guerra, a economia do Canadá tem-se expandido. Este crescimento, combinado a programas sociais do governo, tais como ajuda de custo às famílias, aposentadoria e assistência, tem dado aos canadianos um alto padrão de vida e uma qualidade de vida invejável.

Mudanças visíveis têm ocorrido nas correntes de imigração do país. Antes da Segunda Guerra, a maioria dos imigrantes vinha das Ilhas Britânicas ou do leste europeu. Desde 1945, um número crescente de pessoas do sul da Europa, da Ásia, da América do Sul e também das ilhas do Caribe tem enriquecido o mosaico multicultural do Canadá.

No cenário internacional, a reputação e a influência do Canadá acompanharam o seu desenvolvimento e maturidade. O Canadá tem participado das Nações Unidas desde a sua criação e é a única nação a participar das mais importantes operações da ONU em prol da paz mundial. É também membro da Comunidade Britânica, da la Francophonie, do Grupo dos Sete países industrializados, da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD).

O último quarto de século assiste ao país se debatendo novamente com questões sobre a sua identidade nacional. O descontentamento entre muitos quebequenses de língua francesa levou a província, em 1980, a um plebiscito. A questão era se Quebeque deveria ou não tornar-se mais politicamente autónoma em relação ao Canadá. A maioria decidiu manter a actual situação da província.

Em 1982, o processo sobre a reforma constitucional culminou na aprovação do Acto Constitucional. Segundo o Acto, o Acto da América do Norte Britânica, de 1867, e suas várias emendas tornaram-se os Actos Constitucionais 1867-1975. A Constituição, a sua Carta de Direitos e Liberdades e a sua fórmula geral de emendas estão redefinindo as funções e poderes dos governos federal e das províncias e estabelecem os direitos individuais e os dos grupos étnicos.

Por ter sido colonizado por dois povos rivais, enriquecido por várias culturas, línguas e religiões e marcado por uma geografia altamente diversificada, o Canadá não poderia deixar de ser uma terra de concessões. “Unidade na diversidade” poderia ser o seu lema. O espírito de modernização e tolerância caracterizam a federação canadiana e asseguram a sua sobrevivência.

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