Guiné Bissau
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A Guiné-Bissau com uma superfície de 36.125 km2, situa-se na Costa Ocidental de África, estendendo-se, no litoral, desde o Cabo Roxo até à ponta Cagete. Tem fronteira, a norte, com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné e a sul e oeste com o Oceano Atlântico. Além do território continental, o país integra ainda cerca de 40 ilhas que constituem o arquipélago dos Bijagós, separado do Continente pelos canais de Geba, Pedro Álvares, Bolama e Canhabaque. A sua população é 1,2 milhões de habitantes. Bissau é a capital e cidade mais importante do país, tem o porto e o aeroporto internacional. Outras cidades importantes são Bafatá, Gabú, Mansôa, Cacheu e Bolama.
O território é formado, na metade ocidental, por terrenos baixos com mato e semi-pantanosos, com litoral de mangues, dominado por rios de grande caudal com seus inúmeros braços que formam lodo em quase todo a costa – a única praia de areia fica em Varela, no norte. Na parte oriental predominam planícies áridas. Em frente ao território continental fica o arquipélago dos Bijagós com ilhas de vegetação tropical densa. Numerosos rios, dos quais o Cacheu, o Mansoa e o Geba são os mais importantes, percorrem o território e são as melhores vias de penetração no interior.
A agricultura, que emprega cerca de 80% da força de trabalho, tem como principais produtos a castanha de caju e o algodão. Há ainda reservas de bauxite e fosfato. A nação abriga cerca de 20 etnias, sendo as principais: Balanta 27%, Fula 22%, Mandinga 12%, Mandjaco 11%, Papel 10%.
A Guiné-Bissau tem fronteiras com o Senegal e Guiné-Conakry, ambos francófonos o que foi um factor decisivo para a Guiné-Bissau absorver como moeda o Franco CFA, utilizado em toda a África Ocidental francófona.
História
O território da actual Guiné-Bissau sempre foi habitado por tribos indígenas. Em 1446, o navegador português Nuno Tristão chegou às Terras da Guiné. Estabeleceram-se, a partir de então, contactos contínuos com entrepostos na Costa Ocidental de África. A primeira povoação portuguesa nessa época foi Cacheu, fundada em 1588, mas sujeita administrativamente ao arquipélago de Cabo Verde. Após a Restauração, foi retomado o povoamento, tendo-se construído as povoações de Farim e Zinguinchor. A colonização portuguesa iniciou-se a partir da foz dos rios Casamansa, Cacheu, Geba e Buda. Durante séculos o território foi um ponto essencial para o comércio de escravos. Nos finais do século XVIII edificou-se a fortaleza de Bissau, numa altura em que os ingleses começaram a interferir-se nos tradicionais interesses portugueses na área. Foi necessária uma arbitragem internacional, resolvida a favor de Portugal, para encerrar a questão. Em 1879 foi separado administrativamente de Cabo Verde como a Guiné Portuguesa.
Em 1884-86, dá-se a divisão da África pelas potências coloniais na célebre Conferência de Berlim. A Guiné-Bissau, agora com as suas fronteiras traçadas, foi entregue a Portugal. Porém, as subsequentes tentativas de ocupação e colonização portuguesas não se fizeram sem resistência das populações locais. A última delas ocorreu em 1936 com a revolta dos bijagós de Canhabaque.
Em 1951, a Guiné-Bissau mudou de estatuto, tornando-se numa Província Ultramarina de Portugal. Em 1956, Amílcar Cabral e mais cinco correligionários fundam o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Em 1963, face a intransigência de Portugal, o PAIGC passa a acção armada com vista a liquidação do colonialismo português. O movimento de libertação dos dois territórios fazia uma guerra do tipo guerrilha e com apoios de outros países possuía um armamento razoável.
Em 1973, Amílcar Cabral foi assassinado em Conakry tendo sido substituído por Luis Cabral. Em 1974 com a revolução em Portugal que levou a uma constituição e governo democráticos, naturalmente surgiu a repentina descolonização da Guiné e independência no mesmo ano em 10 de Setembro, tornando-se na República da Guiné-Bissau. Luis Cabral tornou-se presidente da nova república até 1980 quando um golpe de estado foi conduzido por João Bernardo (Nino) Vieira que assumiu a liderança do PAIGC. Desde então o país foi governado em regime autoritário. Só em 1994 houve as primeiras eleições livres que Nino Vieira ganhou. Em 1998 surgiu um golpe de estado liderado pelo General Ansumane Mané que provocou uma guerra civil sangrenta. O exército deixou centenas de desabrigados. O presidente foi deposto por uma junta militar em Maio de 1999. Um governo interino assumiu o poder em Fevereiro de 2000 quando o líder da oposição, Koumba Yalla, ganhou eleições. A transição posterior de Guiné-Bissau para democracia será complicada por uma economia deficiente devastada pela guerra civil e pela preferência de militares pela intromissão do governo. A Guiné-Bissau tem hoje um novo presidente eleito democraticamente pelo povo, mas infelizmente ainda continua em ruínas. Cidades destruídas, bem como suas escolas, hospitais e indústrias. Isso tem contribuindo para fracos ou quase inexistentes recursos próprios para saúde, alfabetização, emprego e alimentação.