Malásia
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Malásia é um país do Sudeste Asiático que compreende dois territórios distintos: a parte sul da península Malaia e ilhas adjacentes, e duas províncias do norte da Ilha de Bornéu – Sabah e Sarawak. A península da Malásia confina a norte com a Tailândia, a leste com o Mar da China Meridional e a sul e a oeste com o Estreito de Malaca e Singapura. A capital do país é Kuala Lumpur.
A nação tem suas origens no Reino malaio presente na área que a partir do século XVIII ficou subjugado ao Império Britânico. Os territórios na península da Malásia foram unificados pela primeira vez como a União Malaia em 1946, sendo reestruturada como a Federação Malaia em 1948, e alcançando a independência em 1957. A federação uniu-se com o Sabah, Sarawak e Singapura em 1963, para dar ao novo país o nome de Malásia. Menos de dois anos depois, em 1965, Singapura saiu da federação.
O país é multiétnico e multicultural, o que desempenha um grande papel na política. Malaios, chineses e indianos são os principais grupos étnicos da Malásia. Os malaios são a maior comunidade, atingindo 60% da população. Falam malaio (Bahasa Melayu) e são em grande parte responsáveis pela orientação política do país. Os chineses formam cerca de um quarto da população. Falam os dialetos hokkien/fukien, cantonês e teochew e têm uma história de domínio dos negócios do país. Os indianos formam cerca de 10% da população. São na maioria tamiles e telagus hindus do sul da Índia, falando tamil, telugu, malayalam e algum hindi, e vivem principalmente nas grandes cidades da costa ocidental da península. Também existe uma comunidade sikh de razoável tamanho. O resto da população é composta por eurasiáticos, cambojanos, vietnamitas e tribos indígenas. A maioria dos eurasiáticos é cristã. Os eurasiáticos, de ascendência mestiça, portuguesa e malaia, falam um crioulo de base portuguesa chamado papia Kristang, ou Kristao, sobretudo em Malaca. O malaio é a língua oficial do país, mas o inglês é amplamente falado.
A Constituição declara o Islão como a religião do estado contando com 60% da população, ao mesmo tempo que visa proteger a liberdade religiosa. O Budismo representa 19% da população, o cristianismo 9% e hinduísmo.
O chefe de Estado é o rei que é um monarca eleito entre os governantes hereditários dos nove estados malaios a cada cinco anos. O chefe de governo é o primeiro-ministro.
Desde a independência, a Malásia teve um dos melhores registros económicos na Ásia, com uma economia crescendo em média 6,5% ao ano. A economia tem sido tradicionalmente alimentada por seus recursos naturais, mas está em expansão nos sectores de ciência, turismo e comércio.
História
Os antepassados dos malaios são provenientes da China meridional e vieram para a península cerca de 2000 anos a. C. Mercadores árabes converteram os malaios ao islamismo no século XV.
Os portugueses, comandados por Afonso de Albuquerque, conquistaram Malaca em 1511, ali erguendo uma igreja e uma fortaleza (a “Famosa”), formando assim a colónia de Malaca Portuguesa. São Francisco Xavier pregou ali, e Tomé Pires registrou a vida local em sua Suma oriental.
Em 1641, Malaca foi tomada pelos holandeses. Começou então uma rivalidade comercial entre Malaca, Achém, Johor, Celebes e Riau.
A partir do estabelecimento de uma base em Penang em 1786, os britânicos tomaram Malaca em 1786 e fundaram Singapura em 1819. Mantiveram os princípes locais desde que se revelassem submissos. Com o tempo os britânicos formaram uma rede de Estados clientes, divididos em dois grupos: Os Estabelecimentos dos Estreitos, constituídos por Penang, Malaca, Singapura e Labuan, foram inicialmente vinculados à Companhia Britânica das Índias Orientais e, em seguida, passaram a ser governados pelo Secretário de Estado para as Colónias, de Londres. Os Estados Federados da Malais, formados por Pahang, Selangor, Perak e Negeri Sembilan, eram controlados pelos residentes britânicos, nomeados em tese para aconselhar os soberanos malaios. Johor e os quatro estados ao norte (Kelantan, Perlis, Quedá e Terengganu), conhecidos pela história como Estados Malaios Não-Federados, formavam uma dependência do Sião até 1909 quando foram cedidos ao Reino Unido.
Entre 1942 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a região esteve sob o controle do Japão que devolveu à Tailândia os quatro estados setentrionais (“não-federados”). Em 1946, após o fim do conflito, os Estabelecimentos dos Estreitos foram dissolvidos e criou-se uma federação de nove Estados malaios os quais, juntamente com Malaca e Penang, receberam o nome de União Malaia, com governo e administração únicos, controlados pelos britânicos. Singapura foi excluída e permaneceu como colónia da coroa britânica. A forte oposição dos malaios à perda do que sobrara do poder de seus soberanos locais e à concessão de nacionalidade aos chineses fez com que os britânicos voltassem atrás e transformassem a União na Federação da Malaia, que restaurava a autonomia dos governantes malaios sob proteção do Reino Unido.
Apesar do grande número de chineses na região, o Reino Unido continuava a incentivar a ascendência da etnia malaia, o que gerou ressentimentos e uma revolta em 1948 conhecida como “Emergência Malaia”, nome devido ao estado de emergência que perdurou daquele ano até 1960, para fazer frente à rebelião. Em 31 de Agosto de 1957, o Reino Unido concedeu a independência à Federação da Malaia, dentro da Commonwealth.
Para equilibrar os números de chineses e malaios, surgiu a proposta de unir a Federação da Malaia à colónia de Singapura e aos protetorados britânicos do norte da ilha de Bornéu: Brunei, Sabah e Sarawak, que eram muçulmanos e malaios. Apesar da oposição do governo da Indonésia que tinha interesse em incorporar a porção setentrional de Bornéu, proclamou-se em 1963 a criação do novo país, com o nome de Malásia, mas sem o Sultanato de Brunei. Descontente com a incorporação de Sabah e Sarawak, a Indonésia rompeu relações diplomáticas com o governo malaio e promoveu ações militares e de sabotagem, foi o chamado Confronto Indonésia-Malásia.
Em 9 de Agosto de 1965, Singapura declarou-se independente da Malásia. Pesaram na decisão o facto de que, à época, 20% do movimento de seu importante porto eram devidos ao comércio com a Indonésia, bem como desentendimentos com o governo central malaio.
Desde a década de 1960, a Malásia procura manter um delicado equilíbrio etno-político entre malaios e chineses, por meio de um sistema de governo que combina desenvolvimento económico e políticas que promovem a participação de todas as etnias.
Entre os anos 1980 e 1990, a Malásia cresceu a altas taxas e sua economia deixou de ser baseada na agricultura para industrializar-se em áreas como informática e produtos eletrónicos.