Irlanda

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A Irlanda é uma república nas ilhas Britânicas, também chamada de Eire, nome do país na sua língua tradicional, o gaélico. Ocupa aproximadamente 83% do território da ilha da Irlanda, onde a população católica é maioritária. Os 17% restantes formam a Irlanda do Norte (Ulster), de maioria protestante, que permanece vinculada ao Reino Unido. Essa divisão é causa de um longo conflito que matou mais de 3 mil pessoas em 30 anos. O oeste agrícola do país é pouco habitado por causa da grande migração nos últimos 150 anos para os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra, que chegou a reduzir a população irlandesa em 35%. A adesão da Irlanda à União Europeia (UE) e o rápido crescimento económico dos últimos anos têm atraído de volta muitos descendentes de irlandeses.

A República da Irlanda tem uma população de 3,6 milhões de habitantes e uma superfície de 70.285 km2, caracterizada por ter um litoral acidentado com outras ilhas menores e uma planície central limitada por montanhas mais baixas e com lagos.

Historicamente a ilha da Irlanda era dividida em 4 grandes províncias: Leinster, Ulster, Connacht e Munster. Nos dias de hoje essa divisão não tem qualquer poder administrativo, mas serve para identificar geograficamente a localização dos condados. O Ulster ficou separado entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, província do Reino Unido.

A Irlanda é um país com muito “craic”, uma palavra gaélica que define um estado de espírito, mais ou menos como alegria, diversão. Nos pubs o craic é facilmente encontrado depois de entornar algumas Guinness, a tradicional cerveja escura irlandesa.

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História

A história da Irlanda remonta ao século IV a.C., quando tribos celtas de origem gaulesa se estabelecem na ilha e fundam uma civilização gaélica. O cristianismo é introduzido por St. Patrick no século V. No período até 800 d.C. em que a Irlanda não sofreu as invasões bárbaras que ocorreram no resto da Europa, a arte irlandesa floresceu e monges irlandeses estabeleceram-se em algumas partes da Europa. Devastada pelos vikings nos séculos IX e X, a Irlanda divide-se em vários principados rivais, o que facilita a ocupação anglo-normanda em 1166 ainda antes de se concretizar o desejo irlandês de ter um rei único. Assim, grande parte do território ficou sob domínio do Rei de Inglaterra durante os 400 anos seguintes.

O rei Henrique VIII consolida o domínio inglês sobre a ilha em 1542 e introduz o protestantismo. No reinado de Elizabeth I, os católicos começam a ser excluídos da vida pública. Nos séculos XVI e XVII, os irlandeses são despojados de suas terras, que se tornam propriedade de colonos ingleses. Ainda no século XVII, imigrantes protestantes, vindos principalmente da Escócia, colonizam grande parte do norte do país, o chamado Ulster que só em 1603 tinha sido tomado pela Coroa Inglesa. No século XVIII houve um grande desenvolvimento das indústrias do linho, lã, carne e manteiga. Em 1801, a Irlanda é integrada no Reino Unido pelo “Act of Union” e o seu parlamento é submisso a Westminster e exclui católicos. Em meados do século XIX, a nação é assolada por uma grande onda de fome, que mata mais de 1 milhão de pessoas e leva 2 milhões a imigrar, a maioria para os Estados Unidos. No período posterior à Grande Fome, a política é dominada pelos sucessivos esforços de dotar a Irlanda de um governo autónomo e de distribuir as terras pela população através de leis que incentivam a compra de terra aos grandes senhores.

A questão do governo autónomo, ou “Home Rule”, já tinha sido endossada por Daniel O’Connell e Isaac Butt nos anos 1840 e 1870 e em 1886 o Partido Liberal inglês deu alguma abertura a um governo regional limitado na Irlanda. Entretanto, os Unionistas protestantes do Ulster galvanizaram-se contra a ideia de “Home Rule” em aliança com a Inglaterra, sobretudo pelo receio que essa iniciativa provocasse a queda do Império Britânico. A atmosfera tornou-se aos poucos militarizada e os grupos armados surgiram no início do século XX e apenas a Primeira Guerra Mundial refreou os ânimos temporariamente. No entanto, a Guerra mudou tudo e com a criação do movimento político independentista Sinn Féin, ocorre em 1916 o Levante da Páscoa, violentamente sufocado pelos britânicos.

Em 1918 o Sinn Féin (Ourselves) ganhou as eleições parlamentares na Irlanda e recusou tomar os seus lugares em Westminster, tendo criado o primeiro parlamento em Dublin em 1919. Éamon de Valera preside ao Parlamento e funda o Exército Republicano Irlandês (IRA), que desencadeia uma insurreição pela independência. Em 1922 constitui-se o Estado Livre da Irlanda no Tratado Anglo-irlandês, aglutinando os condados do sul, de maioria católica. O norte da ilha, o Ulster, maioritariamente protestante, permanece ligado ao Reino Unido. Como consequência inicia-se uma breve Guerra Civil entre os partidários do Tratado que tinha sido negociado por Michael Collins e os republicanos partidários da independência total imediata liderados por De Valera. Michael Collins foi assassinado e a guerra civil terminou. De Valera e o partido republicano Fianna Fail governaram a Irlanda entre as décadas de 30 e 70. Entretanto o governo autónomo irlandês aos poucos ia cortando os laços constitucionais com a Grã-Bretanha e em 1937 foi introduzida uma nova constituição que permitiu à Irlanda ficar neutra durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1949 é proclamada a República da Irlanda. O país é admitido nas Nações Unidas em 1955 e ingressa na Comunidade Económica Europeia (actual União Europeia) em 1973. Desde então a Irlanda tem sido um caso de sucesso nas profundas reformas económicas, sociais e culturais.

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