Espanha

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Espanha é um país situado na Europa meridional, na Península Ibérica. O seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo Mar Mediterrâneo, ao norte pela França, Andorra e pelo Golfo de Biscaia e ao oeste por Portugal.

O território espanhol inclui ainda as Ilhas Baleares no Mediterrâneo, as Ilhas Canárias no Atlântico e as cidades autónomas Ceuta e Melilla, enclaves em Marrocos. Com uma área de 504030 km², a Espanha é o segundo maior país da Europa Ocidental. A população de Espanha alcançou em 2012 os 47 milhões.

Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da Espanha. Os imigrantes são originários principalmente da América Latina (39%), Norte de África (16%), Europa Oriental (15%) e África subsaariana (4%).

A Espanha é abertamente um país multilingue. O idioma oficial e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98.9% da população, é o espanhol que pode receber a denominação alternativa de castelhano. A estimativa do número de falantes em todo o mundo vai desde os 450 aos 500 milhões de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do chinês. Além disso, falam-se outras línguas que podem ser oficiais em suas regiões, de acordo com a Constituição e os Estatutos de Autonomia de cada Comunidade Autônoma, e co-oficiais para o resto do país. Ordenadas por número de falantes, estas Línguas são:

  • Catalão (entre 9% e 17% da população), oficial na Catalunha e nas Ilhas Baleares. Oficialmente denomina-se valenciano na Comunidade Valenciana onde também é oficial.
  • Galego (entre 5% e 7% da população), oficial na Galiza.

Basco (1% da população), oficial no País Basco e terço norte de Navarra, onde se denomina estatutariamente “Euskera”.

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História

Os primeiros humanos chegaram à Península Ibérica no território da atual Espanha há 35 mil anos. No período histórico o território foi invadido e colonizado por celtas, fenícios, cartagineses, gregos e  cerca de 218 a.C., a maior parte da península começou a formar parte do Império Romano. Os romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da península Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela há mais de 600 anos. O domínio romano era unido pela lei, idioma e as estradas romanas. O termo “Espanha”, as línguas, a religião e a base das leis atuais da Espanha se originaram a partir deste período.

O enfraquecimento da jurisdição do Império Romano do Ocidente em Hispânia começou em 409, quando os povos germânicos suevos e visigodos atacaram a Ibéria.

No século VIII, quase toda a Península Ibérica foi conquistada por exércitos de mouros muçulmanos provenientes do norte de África. Apenas uma pequena área montanhosa nas Astúrias conseguiu resistir à invasão inicial muçulmana. Sob a lei islâmica, os cristãos e os judeus receberam o estatuto subordinado de dhimmi. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus praticassem suas religiões mas eram obrigados a pagar um imposto especial e eram sujeitos a certas discriminações. A conversão ao islamismo prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se que os muladi (muçulmanos de origem étnica ibérica) compreendiam a maioria da população de Al-Andalus até o final do século X.

No século XI, os territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos rivais permitindo aos pequenos estados cristãos a oportunidade de ampliar os seus territórios. As contínuas disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram como consequência a Reconsquista Cristã começando no século VIII com a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a conquista de Granada e com a expulsão dos últimos mouros em 1492. Durante este período, os reinos e principados cristãos desenvolveram-se notavelmente, incluídos os mais importantes: a Coroa de Castelo e o Reino de Aragão.

A união destes dois reinos através do casamento em 1469 da rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão levou à criação do Reino da Espanha e ao lançamento do Império Espanhol. A Espanha era a maior potência da Europa durante o século XVI e a maior parte do século XVII, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros habsburgos espanhóis – Carlos I e Felipe II . O Império Espanhol expandiu-se até incluir grande parte da América, ilhas na região Ásia-Pacífico, cidades do Norte de África. A chamada Era dos Descobrimentos foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do colonialismo europeu. Junto com a chegada dos metais preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis trouxeram o conhecimento do Novo Mundo e desempenharam um papel de liderança na transformação da compreensão europeia do mundo. Com a morte de Carlos II, a dinastia de Habsburgo extinguiu-se para dar lugar aos Bourbons, após a Guerra de Sucessão. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu poder, convertendo-se, no final do século XVIII, numa potência menor.

O século XIX foi testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas pela Espanha. Na primeira parte desse século, a Espanha sofreu a independência da maioria de suas colónias no Novo Mundo. O século também esteve marcado pelas intervenções estrangeiras e os conflitos internos. Napoleão chegou a colocar seu irmão José Bonaparte no governo da Espanha. Após a expulsão dos franceses, a Espanha entrou num extenso período de instabilidade: sucederam-se continuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do Antigo regime. A Guerra Hispano-Americana em 1898 levou à perda de quase todas as colónias restantes, restando apenas os territórios na África. Apesar de um nível de vida crescente e uma integração maior com o resto de Europa, no primeiro terço do século XX, seguiu a instabilidade política. Espanha permaneceu neutral durante a Primeira Guerra Mundial.

O século XX trouxe um pouco de paz; a Espanha desempenhou um papel menor na partilha de África, colonizando o Sahara Ocidental, Marrocos Espanhol e Guiné Equatorial. As pesadas perdas sofridas durante a guerra do Rif em Marrocos, ajudaram a minar a monarquia. Um período de governo autoritário do general Miguel Primo de Rivera (1923-1931) terminou com o estabelecimento da Segunda República Espanhola. A República ofereceu autonomia política ao País Basco, Catalunha e Galiza. Então, em 1936, a Guerra Civil Espanhola (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde, as forças nacionalistas, lideradas pelo general Francisco Franco, saíram vitoriosas. A Guerra Civil tirou a vida de mais de 500.000 pessoas e causou a fuga de cerca de meio milhão de cidadãos espanhóis. A maioria de seus descendentes vivem agora em países da América Latina.

O estado espanhol estabelecido por Franco após a Guerra Civil foi nominalmente neutro na Segunda Guerra Mundial, embora fosse simpático às Potências do Eixo. O único partido legal sob o regime pós-guerra civil de Franco enfatizava o anti-comunismo, o catolicismo e o nacionalismo. Após a Segunda Guerra Mundial, a Espanha ficou isolada politicamente e economicamente e foi mantida fora das Nações Unidas. Isso mudou em 1955, durante o período da Guerra Fria, quando o país se tornou estrategicamente importante para os Estados Unidos para estabelecer sua presença militar. Na década de 1960, a Espanha registou uma taxa sem precedentes de crescimento económico.

Com a morte de Franco, em novembro de 1975, Juan Carlos assumiu o cargo de Rei de Espanha. Com a aprovação da nova Constituição espanhola de 1978 e a restauração da democracia, o Estado descentralizou muito da sua autoridade para as regiões com governo local e criou uma organização interna baseada em comunidades autónomas. No País Basco, o nacionalismo moderado tem coexistido com um movimento radical nacionalista liderado pela organização armada Euskadi Ta Askatasuna (ETA). O grupo foi formado em 1959 durante o governo de Franco, mas continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a restauração da democracia e do retorno de um elevado grau de autonomia regional.

Em 1986 a Espanha aderiu à Comunidade Europeia.

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